Cremesp prepara diagnóstico sobre desafios do atendimento médico no estado

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Primeiro encontro da “Roda de Conversa com o Presidente”, em Ribeirão Preto, abordou os principais dificuldades enfrentadas pela categoria, o papel do Conselho e suas próximas ações

Dilemas éticos, registro formal dos problemas administrativos em unidades de saúde, modelos de contratação de médicos e as motivações para a instauração de sindicâncias e processos foram alguns dos pontos tratados na primeira etapa da “Roda de Conversa com o Presidente”. A iniciativa, coordenada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), dr. Mario Jorge Tsuchiya, reuniu neste sábado (05) dezenas de médicos da região de Ribeirão Preto para levantar e formular ações viáveis no sentido de mitigar impedimentos à boa prática da Medicina e riscos à segurança dos pacientes.

O evento, que também contou com a presença de diversos diretores técnicos e diretores clínicos de hospitais, foi dedicado a abrir canal direto de diálogo entre o Conselho e os médicos paulistas, mapear os problemas enfrentados pelos profissionais, além de orientar sobre como médicos em postos de direção podem conduzir, de forma mais efetiva, demandas administrativas junto ao Conselho. Depois de reforçadas as atribuições da instituição, o encontro abriu espaço também para tratar da melhoria de processos rotineiros, como a formulação de prontuários e os entraves na montagem de escalas eficientes.

“A Medicina nunca esteve tão bem. O problema é a atividade médica. Primeiro, precisamos praticar a empatia, nos unir e angariar apoio às nossas pautas junto a autoridades que podem nos auxiliar, como prefeituras, governos e órgãos como o Ministério da Saúde. Afinal, desde a porta do pronto-socorro até o último momento do atendimento, assumimos responsabilidades que, muitas vezes, não são nossas. E isso se reflete em crescente judicialização ou no aumento da abertura de sindicâncias, muitas delas que não cabem ao Cremesp julgar”, afirmou o dr. Mario Tsuchiya.

Ações conjuntas

Assuntos de interesse e vivência comuns, como os entraves na interação entre o médico e a equipe multidisciplinar de saúde, também renderam um amplo debate. Em especial, sobre as formas de minimizar conflitos entre as diferentes categorias e a promoção de maior sinergia entre os muitos conselhos de classe.

Já sobre a interação entre médico e paciente – diante do avanço tecnológico, como a comunicação virtual entre os profissionais e a população –, foram feitos questionamentos de ordem ética, motivados principalmente pela discussão da Telemedicina nos últimos anos. Durante a “Roda de Conversa com o Presidente”, ainda foram sanadas dúvidas sobre pontos corriqueiros, como a interconsulta e o tratamento de situações críticas, como a violência praticada contra o médico.

Diante de tantos relatos e necessidades similares, uma das propostas ventiladas foi a possibilidade de diretores técnicos e clínicos da região atuarem de forma conjunta por meio da formação de comitês de ética, para prestar apoio permanente àqueles que vivenciam diariamente o atendimento em unidades de saúde. Outra proposição aventada foi o encaminhamento conjunto de demandas ao Cremesp e demais instituições, como governos, sindicatos e sociedades de especialistas, por meio desses comitês de representação que reúnam hospitais regionais.

“O nosso intuito é incentivar e orientar sobre alguns procedimentos de ordem administrativa, ética e legal. Por isso, esse debate é aberto e franco. Só assim vamos apontar as dificuldades comuns que enfrentamos no dia-a-dia do atendimento à população. São inquietações que envolvem desde dilemas éticos, passam pelo desconhecimento sobre documentos médicos exigidos por lei durante as atividades, e chegam até as dúvidas sobre procedimentos administrativos que podem ajudar a melhorar a realidade de hospitais e demais unidades de saúde. E, neste momento, a união de ações pode ser um diferencial”, frisou o presidente do Cremesp.

Entre outros assuntos tratados esteve o bem-estar e a saúde dos profissionais, cada vez mais afetados pelo stress. O crescente registro de suicídios cometidos por médicos também foi pontuado. Neste sentido, o dr. Mario Jorge Tsuchiya apontou para a necessidade de se estabelecer um diagnóstico preciso dos reais motivos de tal fenômeno e o Conselho deverá atuar em prol da saúde dos profissionais, dedicando-se a escutar e dar suporte aos médicos em situação de fragilidade emocional.

Medidas concretas

Durante o bate-papo, o presidente do Cremesp informou que, no momento, o Conselho trabalha na elaboração de regras de conformidade. E a sugestão é que este manual de compliance sirva de parâmetro também a médicos que assumem funções dirigentes, como em Secretarias de Saúde ou a direção técnica e clínica de hospitais. “Essas regras de comportamento adequado são essenciais não apenas para utilização interna do Cremesp, mas para os médicos que assumem funções além da Medicina. Conflito de interesses, por exemplo, é um ponto central nesse contexto. Por isso, a incorporação de compliance pode auxiliar a evitar ou resolver muitos dos problemas de ordem ética e legal”.

Na oportunidade, foi apresentado também um balanço preliminar dos resultados alcançados pela Câmara de Juízo de Admissibilidade, criada pela nova gestão do Cremesp para otimizar a avaliação das denúncias recebidas pelo Conselho. “Há alguns meses estabelecemos, por meio desta Câmara, um critério mais preciso e célere sobre a pertinência das sindicâncias. Com isso, já reduzimos em torno de 40% o número de casos. Esses foram identificados como fora da competência do Cremesp e foram imediatamente arquivados”, explicou.

Outro assunto que tomou conta do debate foi a qualidade da formação médica, diante da proliferação de instituições de ensino, muitas delas sem qualificação adequada e as ameaças de flexibilização do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Neste momento, o dr. Mario Jorge expôs as recentes medidas tomadas pelo Conselho para ajudar a interferir nesses temas. “Além de já termos atuado junto aos Ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores, também marcamos posição no Congresso Nacional. Mesmo assim, vamos reforçar a área de Relações Institucionais do Cremesp, uma vez que precisamos atuar em outras frentes. Vamos reforçar nosso combate também ao exercício da Medicina por não-médicos, pauta que, infelizmente, ainda precisamos agir e ampliar nosso protagonismo”.

A análise e proposição de melhorias à rotina médica é o motivador da “Roda de Conversa com o Presidente”, que percorrerá outras seis regiões paulistas até dezembro deste ano. No próximo ano uma segunda etapa do programa será realizada nas cidades, para reavaliar o cenário e apresentar um balanço das medidas tomadas pelo Cremesp.

“Essas falhas estruturais e as dificuldades vivenciadas devem ser apontadas e corrigidas. São dificuldades cada vez mais comuns ao trabalho do médico e interferem diretamente no seu desempenho profissional, além de prejudicarem a qualidade do atendimento prestado aos pacientes. Por isso, essa aproximação com os colegas e o nosso desejo de contribuir para melhorar este quadro”, finalizou o presidente.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Cremesp

 

 
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