Pesquisa coloca USP entre as mais influentes universidades do mundo em estudos clínicos em medicina intensiva pediátrica

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Pesquisadores estudaram 32 anos de produção científica na área

A Universidade de São Paulo (USP) está entre as mais influentes do mundo no campo de ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica entre 377 centros e 43 países pesquisados entre 1986 e 2018.
A pesquisa coloca a USP em terceiro lugar entre os 10 centros mais influentes do mundo, com 37 pesquisadores, e na quinta colocação em produção científica, com 16 trabalhos publicados, entre os 415 ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica pesquisados nos últimos 32 anos.
Entre os países mais influentes, o Brasil ocupa a quarta colocação no mundo, com 99 pesquisadores, e a mesma posição em trabalhos publicados, com 27. Com base nestes números, a USP responde por quase 38% dos pesquisadores brasileiros e 57% dos trabalhos produzidos nesta área.
De acordo com o estudo, “os cuidados intensivos em pediatria tiveram um progresso considerável no número de pesquisadores e ensaios clínicos randomizados, mas a pesquisa permanece altamente agrupada e fragmentada, particularmente geograficamente. Os esforços para aumentar ainda mais a quantidade e a qualidade da pesquisa nesta área devem incluir etapas para aumentar o nível e o alcance da colaboração”.
Para o professor e doutor Fábio Carmona (foto). “O artigo mostra que o Brasil tem posição de destaque entre os grupos que fazem pesquisas na área de medicina intensiva pediátrica. Isso mostra que a universidade pública brasileira tem contribuído com a saúde de crianças criticamente enfermas no mundo todo”.
De acordo com o professor Carmona, “o artigo nos dá mais motivação para continuar trabalhando e propondo novas ideias e novas formas de tratar melhor as crianças que estão criticamente enfermas”.

Estudo – Pesquisadores testam respiração espontânea para prever o sucesso da extubação em pacientes pediátricos no pós-operatório de cirurgia cardíaca

Um estudo realizado pelo grupo de profissionais da FMRP-USP e do Hospital das Clínicas mostrou que “pacientes pediátricos com cardiopatia congênita submetidos ao teste de respiração espontânea no pós-operatório tiveram maior sucesso na extubação e menor tempo de permanência na UTI pediátrica em comparação com aqueles em que foi utilizado o julgamento clínico”.
A pesquisa foi tese de pós doutorado de Felipe Varella Pereira com a coordenação da professora e doutora Ana Paula de Carvalho Panzeri Carlotti, a co-coordenação com o professor doutor Fábio Carmona, o médico assistente Edward Ken Sigo e o estatístico, Davi Caragon.
Os “pacientes em ventilação mecânica por mais de 12 horas após a cirurgia, considerados prontos para a retirada da ventilação mecânica, foram randomizados para o grupo de teste de respiração espontânea ou o grupo controle. O teste de respiração espontânea foi realizado com pressão positiva contínua nas vias aéreas com suporte de pressão de 10 cmH2O, pressão positiva expiratória final de 5 cmH2O e fração de oxigênio inspirado menor ou igual a 0,5 por 2 horas”.
“Não havia na literatura um trabalho que tivesse sido realizado nessa linha de pesquisa para realização do teste de respiração espontaneamente em crianças com pos operatorio de cirurgia cardíaca para correção de cardiopatia congenita”, explica o fisiotarapeuta Felipe Varella Ferreira, que prôpos o tema para o seu doutorado. “Chegamos a conclusão de que o teste de extubação é diminui o tempo de internação, nessa população específica (criança) e aumenta a taxa de extubação espontânea das crianças”, afirma.
A pesquisa foi realizada na UTI Pediátrica do HC criança, em Ribeirão Preto, com 110 pacientes, sendo que, 56 foram designados para o grupo teste de respiração espontânea e 54 para o grupo controle. A idade média foi de de oito meses.
Para o professor Carmona, “a iniciativa foi importante porque nos ajudou a decidir qual o melhor momento para retirar a criança da ventilação mecânica. Isso evita que a criança fosse entubada várias vezes quando não dava certo”, explica. “Este artigo nos dá bastante motivação para continuar trabalhando e propondo novas ideias e novas formas de tratar melhor as crianças que estão criticamente doentes”, conclui o professor Carmona.[:]

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