Comunicação Humanizada

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Alunos de medicina fazem contato com familiares de pacientes internados

Grupos de alunos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) foram chamados pelo Hospital das Clínicas para auxiliar as equipes médicas no contato com os familiares de pacientes internados nas seis UTIs instaladas no Campus: quatro com pacientes COVID e duas com outras doenças.

Aproximar o Hospital dessas famílias para humanizar ainda mais as relações e reduzir a carga de trabalho dos profissionais das UTIs. Esses foram os objetivos para criação do grupo de comunicação formado por alunos.

“Dentro das equipes das UTIs, há dificuldade em parar o que estão fazendo para passar informações sobre o estado do paciente ao familiar e, por outro lado, há dificuldade para famílias que não podem visitar o paciente. Diante do problema, foi encontrada pela equipe do DAS uma experiência internacional, na França, em que estudantes de medicina, com base nos boletins, faziam ligações para os familiares e explicavam a situação do paciente. Isso fez muito bem à família e resolvemos tentar”, explica o professor Eduardo Ferriolli.

O professor da FMRP, Alan Eckeli, que atua no grupo que coordena as ações de combate à COVID, destaca a importância para o aluno. “Essa ação auxilia no desenvolvimento de habilidades relacionadas à compreensão do quadro clínico, síntese e comunicação com os familiares. Não é uma ação simples: requer conhecimento do assunto e sensibilidade para tratar as pessoas”. Por dia, são realizadas cerca de 70 ligações.

A médica Suelen Imbeloni faz parte da equipe que realiza os atendimentos

Orientação – Os alunos são orientados e acompanhados diariamente pelos professores e mais dois médicos assistentes (vários se revezam em duplas). Todos os dias às 13h, os estudantes recebem informações, alinham as atividades e dividem os contatos das famílias para o trabalho que se estende até às 18h”.

A médica Suelen Imbeloni já experimentou o “outro lado”. “Meu irmão teve COVID (ele mora em Manaus) e foi internado na UTI. Isso gera uma ansiedade muito grande. É bem difícil. Por mais que a notícia seja boa ou ruim, eu estou levando informação do ente querido. A família quer saber como o paciente está e fica agradecida. O conforto de você saber que seu parente está sendo cuidado e não está sentindo dor é um alívio”, explica.

A aluna de quinto ano Paula Kohl explica que “essa foi a primeira experiência para informar um familiar como o paciente passou de um dia para o outro. A gente sabe como faz falta a devolutiva. A gente liga basicamente para informar se o paciente melhorou, ficou estável ou teve alguma piora. É uma experiência bem diferente. Na faculdade, a gente tem a experiência de falar pessoalmente e aqui a conversa é por telefone”.

Em sua primeira ligação, ela informou sobre a evolução positiva de uma senhora. “O filho atendeu e perguntou, principalmente, se havia melhora ou não. Minha resposta foi de que a paciente estava melhorando. Foi uma boa devolutiva”, afirma, sorrindo.

 

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