Infectologista do HC fala sobre a mpox, doença infecciosa cuja incubação varia de cinco a 21 dias

Por Marcos de Assis e Carlos Matheus

Ribeirão Preto tem 10 casos confirmados

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional em agosto. A principal razão por trás dessa declaração da OMS é a propagação de uma nova variante do vírus (conhecida como clado 1b), que causa maior mortalidade, é mais fácil de transmitir e está circulando na África Central, afetando principalmente crianças e se espalhando por meio de múltiplos modos de transmissão (não apenas a via sexual). No Brasil, até o momento, nenhum caso do clado 1b foi identificado.

Casos – Desde o começo do ano, foram registrados no Brasil 1024 casos confirmados, prováveis e suspeitos de mpox. Desse total, a maior parte dos casos foi reportada na região Sudeste, que corresponde a 81,6% (681) dos casos no país. O perfil dos casos confirmados e prováveis, em 2024, permanece majoritariamente masculino (95,2%) e na faixa etária de 18 a 39 anos (72,1%). Os números de 2024 são bem menores do que em 2022, quando mais de 10 mil casos foram notificados durante o pico da doença.

Leia entrevista com infectologista Fernando Villar, do Hospital das Clínicas.

Doutor Fernando, o que é a mpox?
A mpox é uma doença transmitida entre humanos, causada por um vírus da família da varíola humana, uma doença que foi erradicada há muito tempo.

Como ocorre a transmissão?
A transmissão ocorre pelo contato interpessoal, de pele a pele, entre pessoas.

Qual o tempo de incubação?
Varia de cinco a 21 dias após o contato.

Existe tratamento?
O tratamento é baseado nos sintomas. A pessoa geralmente apresenta dor nas lesões, febre e mal-estar, então ela deve tomar analgésicos, se hidratar e se isolar. Enquanto houver lesões na pele, estas podem ser transmissíveis.

Quanto tempo demora o tratamento?
Geralmente, até as lesões sumirem, leva cerca de vinte dias. Durante esse período, a pessoa deve permanecer isolada em casa, sem contato interpessoal.

Qual é a preocupação que a população deve ter ou como deve se comportar diante de casos que já aconteceram na região?
Esta doença foi alvo de um alerta sanitário da Organização Mundial da Saúde em meados de agosto, devido a um novo tipo de mpox surgido na África, que é um pouco mais letal e transmissível. No entanto, na maioria das pessoas, ela causa apenas lesões no corpo. Quem deve se preocupar são realmente as pessoas portadoras de HIV ou de neoplasias, pois têm o sistema imunológico mais debilitado, e a doença pode se manifestar com maior gravidade.

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