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Partidas e Partilhas homenageia mortos pela COVID-19 no HC
Sem poder acompanhar o paciente em seus últimos dias, sem velórios, com sepultamentos rápidos e caixões lacrados, a despedida ficou mais complicada durante a pandemia da COVID-19.
Para tentar amenizar essa dor, o Serviço de Psicologia Hospitalar e as profissionais Gabriela Haleplian, Vanessa Fernandes, Ana Paula Casagrande, professora Flávia Maruccie e assistente social Cristina Meira, com apoio do Centro Integrado de Humanização. estão organizando o memorial Partidas e Partilhas. “Sabemos o quanto é difícil despedir-se de alguém sem poder vê-lo, tocá-lo e senti-lo”, reconhece a também integrante do grupo, a psicóloga Camila Polisello.
O projeto consiste em um espaço on-line para homenagear os falecidos pela COVID-19 com mensagens e fotos enviadas pelas próprias famílias, que também receberão mensagens de líderes espirituais que atuam no Hospital e acompanhamento psicológico, quando necessário, para ajudá-las no processo do luto.
A psicóloga Vanessa Fernandes explica que “o luto é um processo de adaptação após o falecimento de alguém que carrega significados em nossas vidas e é vivido de forma diferente e única por cada pessoa, afetando aspectos emocionais, físicos, intelectuais e espirituais da vida das pessoas”. “Nessa fase, as pessoas precisam de compreensão, empatia para recuperar o controle sobre sua vida, seu dia a dia”, completa.
As psicólogas Gabriela Haleplian, Vanessa Fernandes, Camila Polisello e a assistente social Cristina Meira com apoio do Centro Integrado de Humanização.estão à frente do projeto Partidas e Partilhas
Luto na pandemia – “Ainda que não possamos velar e enterrar o falecido como gostaríamos, podemos realizar alguns rituais de despedida”, orienta a psicóloga Gabriela Haleplian. “Podemos escrever uma carta de despedida, ouvir uma música que simbolize o ente querido ou momentos marcantes associados, acender uma vela, participar de rituais religiosos on-line, fazer um jantar em sua homenagem, fazer chamadas de vídeo com as pessoas que considere que poderão auxiliar nesse momento de tanta dor e lacunas”, aconselha.
Gabriela lembra que as crianças também vivenciam o luto e ressalta a necessidade da comunicação efetiva com elas para ajudar neste processo. “É importante que o adulto esteja aberto e disponível para esclarecer suas dúvidas da maneira que ela possa compreender”.
As psicólogas orientam os responsáveis a explicar para a criança que a morte faz parte de um ciclo natural de todo ser vivo e que a tristeza faz parte da vida, assim como momentos de alegria e diversão. “Essa talvez seja uma forma de oferecer conforto. Porém, o mais importante é reassegurar o seu amor e que ela continuará a ser cuidada. Isso possibilitará diminuir suas preocupações e incertezas”, completa Gabriela.
Veja o vídeo Enfrentando o Luto na Pandemia
Ajudando a pessoa enlutada
As pessoas que estão vivendo o luto precisam de compreensão, empatia e muita paciência. Dessa forma, as profissionais do Serviço de Psicologia prepararam algumas orientações que podem ser úteis para ajudar as pessoas enlutadas:
- Oferecer ajuda é bem-vindo, mas é importante perguntar o que essa pessoa precisa e não aquilo que achamos.
- Recuperar o controle sobre sua vida, seu dia a dia, é parte importante do processo.
- Escutá-la, deixar que fale sobre seus sentimentos, sem julgamentos ou ideias pré-concebidas, costumam ser uma fonte importante de apoio.
- Não faça comparações, nem para melhor, nem para pior. Isso pode desvalorizar a dor que a pessoa está sentindo.
- Nem sempre precisamos dizer algo, estar ao lado faz toda a diferença.
- Lembre-se de que elaborar o luto não significa esquecer o ente querido, mas se adaptar a essa perda, aprendendo a lidar com as lembranças e a saudade.
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