Simpósio discute medicina do futuro com projeto Genoma SUS

 

Por Marcos de Assis 

 

Será possível saber, antes mesmo de consultar um cardiologista ou oncologista, se uma pessoa faz parte de um grupo com risco aumentado para certas doenças. Pessoas com risco aumentado poderão ser atendidas com mais frequência pelos médicos especialistas, antecipando intervenções como uso de medicamentos, tratamentos, mudanças no estilo de vida (como fazer mais exercícios ou parar de fumar), ou em casos extremos, monitorar mais de perto pessoas com risco elevado de desenvolver câncer”, essa é uma das respostas que o professor Michel Naslavsky, da genética da USP, usa para explicar o futuro da medicina no Brasil.

O futuro está sendo discutido no I Simpósio de Susceptibilidade Genética Aplicada à Saúde. O evento, realizado pelo Hospital das Clínicas e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, reúne pesquisadores nacionais e internacionais para discutir os avanços em pesquisas de susceptibilidade genética no Brasil e sua aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro termina, nesta quarta, 20/11

O laboratório utilizado na pesquisa do genoma fica no Hemocentro de Ribeirão Preto e de acordo com o professor Leandro Colli, da FMRP, “estamos trazendo palestrantes nacionais e internacionais para discutir como a suscetibilidade genética e variabilidade genética podem impactar os desfechos em saúde na nossa população miscigenada”.

Simpósio – O simpósio é promovido pelo Genomas SUS, uma iniciativa financiada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT-MS).  “O Projeto Genoma SUS é um projeto grande e multi-institucional que tem como objetivo sequenciar mais de 20.000 brasileiros e oriundos de diversos projetos de pesquisa para entender melhor o risco genético associado a diversas doenças”, explica Naslavsky.

O projeto foca em doenças relevantes para a saúde pública, incluindo câncer, doenças neurodegenerativas, cardiovasculares, metabólicas, doenças raras, infecciosas, autoimunes e hematológicas. 

Durante o evento, estão sendo discutidos temas como o impacto das alterações genéticas na população brasileira, fluxo de sequenciamento genômico e avaliação genética em larga escala. O professor Colli ressalta a importância dessas discussões: “Isso é extremamente importante para levarmos a genômica, que tem crescido bastante, para os pacientes do SUS. Estamos discutindo quais são os próximos passos para trazer esses avanços do conhecimento para o melhor cuidado dos pacientes”.

Futuro – Sobre as expectativas futuras, o professor Colli afirma que “ao final dos estudos de genômica como o Genoma SUS, que estamos conduzindo em várias regiões do Brasil, esperamos entender a genômica da população e saber quem tem maior risco de doença, quem tem maior probabilidade de responder a uma droga, quais são as regiões que precisam de uma droga genômica ou de uma terapia celular específica”.

O objetivo final, segundo Colli, é implementar o que ele chama de “Saúde Pública de precisão. Queremos entender, através da genômica, como nosso sistema de saúde pode cuidar ainda melhor dos seus pacientes”. Com a conclusão do projeto Genomas SUS, espera-se que o país possa oferecer tratamentos mais eficazes e direcionados, melhorando a qualidade de vida da população brasileira.

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