Comunicar desejo de ser doador de órgãos pode ser feita pela internet

Por Marcos de Assis

Em um movimento pioneiro, o processo de doação de órgãos no país acaba de se tornar mais acessível, ágil e seguro. O programa foi lançado pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ, juntamente com o corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

O anunciou na última terça-feira (2/4), durante a sessão plenária, o lançamento da campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém”. O programa cria o sistema de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), uma medida esperada há muito tempo.

Com a nova regulamentação, qualquer pessoa que deseje se tornar um doador de órgãos agora tem o poder de expressar e formalizar essa decisão vital através de um documento oficial, elaborado digitalmente, acessível em todos os 8.344 cartórios de notas espalhados pelo território nacional.

Esta inovação digital visa eliminar as barreiras burocráticas que muitas vezes desencorajam potenciais doadores. “Essa ação é um esforço para impulsionar ainda mais as doações no país. Em 2023, de cada mil falecimentos no Brasil, 14,5% das pessoas poderiam ser doadores potenciais, mas apenas 2,6% das doações foram concretizadas,” ressaltou o ministro.

Marcelo Bonvento: “A iniciativa é boa, mas a palavra final é da família”

Marcelo Bonvento, coordenador da Organização de Procura de Órgãos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, destacou a importância da tecnologia neste processo. “A grande inovação é que agora é possível manifestar o desejo de ser um doador de órgãos através do aplicativo do Conselho Nacional de Justiça. Isso certamente vai simplificar a inclusão desse desejo na sociedade, promovendo um avanço significativo para facilitar a doação de órgãos.”

Contudo, Bonvento faz questão de enfatizar que, apesar desses avanços, a decisão final ainda reside com a família do potencial doador. “Nossas equipes estão em constante colaboração com a Central Estadual dos Transplantes. Mantemos a recomendação de que o consentimento familiar para a doação deve ser sempre respeitado,” afirma ele.

Este desenvolvimento representa um passo monumental na promoção da doação de órgãos no Brasil, potencializando a capacidade de salvar vidas e reforçando a importância do consentimento e do diálogo familiar em tais decisões. Com a implementação do AEDO e a campanha “Um Só Coração”, espera-se que um número crescente de brasileiros se sinta motivado a contribuir para essa causa nobre, deixando um legado de vida mesmo após a morte.

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