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Estudo mostrou ainda que os efeitos causados em usuários de Ribeirão Preto são menores em relação aos observados em cidades vizinhas
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, por meio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, indicou que o uso diário da maconha pode aumentar em até três vezes o surgimento de psicoses. O trabalho foi realizado em parceria com 16 centros de estudos do mundo, em seis países: no Brasil, Itália, na França, na Espanha, na Inglaterra e na Holanda.
Segundo a pesquisadora Marta Cristina Del-Ben, Mestre doutora e professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o estudo tem como objetivo avaliar a psicose em uma determinada população e também os fatores de riscos e protetores para o problema. “Nesse estudo foi questionado aos pacientes o padrão de uso, a frequência, a idade que começaram a prática, o tipo de maconha que era utilizada e se continuam fumando. Percebemos que o uso diário aumentava em três vezes o risco de psicose. O tipo de maconha utilizada, como a que possui um alto teor de THC, que é o principio ativo da maconha, aumentava ainda mais esse risco”, disse Marta.
Somente no Estado de São Paulo, a pesquisa, desenvolvida entre os anos de 2002 e 2005, revelou que para cada 100 mil habitantes, quase 16 pessoas desenvolveram a incidência de psicoses por conta do uso diário da droga. Nas cidades da região de Ribeirão Preto, esse índice foi mais elevado, para cada 100 mil, 21 pessoas apresentaram quado psicótico. Já na cidade de Ribeirão Preto, 17 pessoas a cada 100 mil habitantes registraram a incidência do problema.
“Os estudos mostram que há uma variação importante na incidência da psicose dependendo de área geográfica. Isso acontece pois há fatores ambientais diferentes atuando. Na nossa região, esse é um estudo preliminar e temos a hipótese de que a incidência inferior no município de Ribeirão seja ligada a algum indicador socioeconômico. Entretanto, viver em grandes cidades é considerado como um risco para psicoses e em nossa região vemos o contrário dos países pesquisados. É algo que tem de ser estudado ainda mais”, falou a pesquisadora.
Para ela, a obrigação de um médico ligado à estes estudos é trazer uma reflexão para as politicas públicas. “Essa é uma questão que tem de ser levada em consideração quando falamos sobre a descriminalização da maconha”, concluiu em entrevista divulgada pelo Hospital das Clínicas da cidade.
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